Sexta-feira, 20 de Outubro de 2006
Tudo no mundo começõu com um sim. Uma moécula disse sim a outra e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que universo jamais começou.
E que entre o nada e o infinito há (e sempre haverá) a travessia. E é essa travessia que dá sentido ao nada, ao infinito, à existência. (À mim?)
Vamos, lá, tudo bem, eu só quero me divertir...
Sou um bicho que escreve; e escrevendo tento dizer o que nem eu mesma sei o que penso ou sinto ou tento dizer. Minha voz é mida aos meus próprios ouvidos surdos, e perdi o tato para enxergar qualquer coisa além de água e correnteza. Faz anos que eu abri aquela caixa de Pandora (maldito vespeiro!) e tudo deixou de ser tão fácil assim. Ninguém mandou eu crescer. Provei coisas demais. Soube da verdade e por isso sou maldita.
Eu sei, é tudo sem sentido...
Quero ter alguém com quem conversar... alguém que depois não use o que eu disse contra mim....
Ei, leitores inexistentes, joguem a corda, antes que eu afunde!
(Em tempo, é isso que eu costumo escrever quando estou com dor de cabeça. Minha prima disse que isso é normal, vindo de mim, hehe!)
PS.:Citações de Clarice Linspector e Renato Russo. Gente morta e inteligente me atrai.
Sexta-feira, 6 de Outubro de 2006
Estou sincera e profundamente cansada de mim mesma. E, francamente, não entendo como consigo ser o ser mais nefasto, profundo, confuso, etc, etc, etc, e não guardar nada na memória até o pedaço de papel mais próximo.
Epifanias inteiras se perdem como a água nos canos da CEDAE.
Minha vida anda veloz, e eu não faço outra coisa a não ser me lamentar por ela. Sou uma covarde, isso sim.
Deveria agir como a verdadeira comunista que sou: aguerrida, ácida e implacável. Tenho o poder nas minhas mãos de comover as massas, vou mudar o mundo. Sou experiente em minhas microrrevoluções internas, posso muito bem maximizá-las. Hão de tremer aos meus pés aqueles que me subjugaram, se Deus assim o permitir! Pois certamente Ele está me olhando, e se não me aprova, ao menos compreende os meus motivos, e me deixa agir livremente antes do meu acerto de contas. Certamente os céus me espreram, não com louros de vitória, mas sim com uma bacia de água morna, para repousar meus fatigados pés de vingadora.Terei lutado furiosa e lealmente pelo correto e pelo justo, e mesmo condenada, estarei de consciência apaziguada, por ter ao menos deixado os meus filhos com saúde e minha lembrança...
Ou não.
Talvez seja isso o que eu queria ser, e não tenho tamanho, competência, fibra, caráter (que seja!), para concretizar.
Ou Deus tenha escolhido o agora para corrigir minhas falhas de outrora, mas acho que não tenho a alma pronta para essa verdade agora. Talvez por isso essa mente deteriorada.
Dizem que a memória de degrada na velhice. Levando em conta esse critério, quanto tempo ainda tenho de vida?